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S. Nicolau: Pecuária dá para viver e bem

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*** Por Carlos Henrique, da Agência Inforpress ***
Vila da Ribeira Brava, 13 Fev. (Inforpress) – Zé de Teodora é por todos conhecido em São Nicolau, dada à sua afeição por animais. Mora na localidade de Cachaço onde cria porcos, cabras, carneiros e vacas.

É também um grande aficionado de cavalos, tendo sempre dois exemplares em casa. Treina os cavalos para competição, pelo que não há corrida de cavalos por ocasião das festas e São Pedro em que esses seus animais não participam. Quando não arrebatam o prémio de primeiro lugar, ficam entre os três primeiros classificados.

Zé afirma, que está ligado a animais desde criança, porque os encontrou em casa, mas começa a dedicar-se a sério à criação a partir do ano 2000.

Identifica-se como agricultor e criador, mas diz que o seu ponto forte está na pecuária porque é desta última actividade que tira maiores rendimentos.

Embora cria diversos tipos de gado, aposta sobretudo na criação de cabras por considerar gado caprino o que mais lucros gera.

Anda sempre à procura das melhores raças, porque, “quanto melhor é a raça, maior é o rendimento”. Nesse sentido, já se deslocou uma vez à ilha de Santo Antão, onde diz haver boas raças, e mantém contactos regulares com um criador em São Vicente, que costuma vender raças melhoradas.

Conforme realça, uma cabra de raça em São Vicente fica por dez mil escudos.

Entretanto, Zé de Teodora é dos poucos criadores em São Nicolau que encara a criação de animais como sendo uma actividade económica.

Os seus animais são criados em currais, porque deixá-los soltos “só dá prejuízos”. Segundo esse criador, os animais soltos, no caso concreto, gado caprino, estão a mercê dos ladrões e de cães viciados, que andam a comer cabras no campo. “Se me roubarem duas cabras, o prejuízo será de vinte mil escudos”, sublinha.

Zé de Teodora tem, em currais, doze cabras de raça melhorada e uma vaca açoriana.

Diz que ordenha diariamente de cada uma dessas cabras 2,5lt de leite, no mínimo. Fabrica dez queijos diários e vende cada um por duzentos e trinta escudos. E qual é o lucro? Quis saber a Inforpress. “Em média, posso dizer que metade desse valor é o lucro”, responde.

O plano desse criador é duplicar esse efectivo de cabras, porque o seu objectivo é chegar a um rendimento mensal de cem contos.

“Actualmente, com as raças existentes, quem se dedica a sério à criação de animais não vive mais ou menos, vive bem”, garante.

Para o ajudar a cuidar dos animais tem uma pessoa empregada à qual paga dez contos mensais.

“Quando eu aumentar o número de cabras, darei emprego a mais uma pessoa”, faz saber.

O momento actual da criação de animais em São Nicolau, dá a Zé de Teodora uma enorme satisfação, porque não há problemas com a sua alimentação. “Cachaço está cheio de pasto e até o mês de Junho ou Julho não vamos ter problemas”, anota.

A única preocupação desse criador de Cachaço prende-se com a assistência técnica. Segundo disse, no que se refere a esse aspecto, “os criadores de São Nicolau continuam ainda à espera de melhores dias”.

“Os animais de raça melhorada requerem um acompanhamento técnico e nós os criadores não temos preparação para os seguir”, sustenta.

CH

Inforpress/fim

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