Vila da Ribeira Brava, 19 Jun (Inforpress) - A Comissão Politica Regional do MpD, Ribeira Brava, repudiou, quinta-feira, a “forma malabarista” como a Câmara Municipal e o seu presidente organizaram uma reunião no vale de Fajã”, para se decidir sobre a nova localização do Mercado Municipal daquela localidade.
Segundo a estrutura local desse partido, Fajã tem uma população de mais de mil habitantes e na referida reunião participaram menos de 40 pessoas, para “decidirem se a Câmara deveria continuar a construção do Mercado Municipal para aquela localidade, iniciada pela edilidade anterior ou se, em sua substituição, devia optar por um Centro de Saúde”.
Afirma o MpD, da Ribeira Brava, que “não é atribuição das Câmaras Municipais a construção de Hospitais, Centros de Saúde e similares, que devem ser deixados à responsabilidade do Governo da República, como manda a lei.”
Considera que a construção de mercados, para além de ser atribuição da Câmara Municipal, o da Fajã “é da maior utilidade e oportunidade”.
O órgão que dirige o MpD no município da Ribeira Brava sustenta que a construção do referido mercado “é, antes de tudo, uma recomendação do Plano Municipal Ambiental, validado em Junho de 2004, para os próximos 12 a 14 anos e é, igualmente, um compromisso assumido pelo município, no quadro dos programas e projectos aprovados pela Assembleia Municipal e convalidados pela Direcção Geral do Ambiente, em 2007/08”.
O mesmo órgão sustenta, por outro lado, que o mercado da Fajã “é da maior oportunidade, no contexto dos investimentos feitos no vale da Fajã, com vista à produção de hortícolas e produtos agro-pecuários e dentro das atribuições municipais nos domínios do ambiente, saneamento, saúde pública, turismo e comércio interno”.
Conforme o MPD, Ribeira Brava, “só por revanchismo, complexo, incompetência e vontade de esbanjar dinheiros públicos se compreende que a Câmara Municipal queira agora trocar o Mercado Municipal da Fajã, por um Centro de Saúde em completa confusão e promiscuidade de competências entre o Poder Local e o Poder Central, com subordinação dos interesses deste aos interesses daquele e consequente perda da autonomia municipal, constitucionalmente determinada.”
A 12 de Junho a Inforpress noticiara que o espaço, onde no início da década de 70 foi erguido o Posto Sanitário de Fajã, vai ser reestruturado para nele ser implantado o futuro mercado de Fajã. O Posto Sanitário, por sua vez, vai ser erigido no espaço onde o elenco camarário, presidido por Amílcar Spencer Lopes, iniciou no ano de 2007 a construção do mercado de Fajã.
A decisão sobre esta permuta foi tomada durante um encontro que a Câmara Municipal de Américo Nascimento promovera quinta-feira, 11, com os moradores de Fajã, para a discussão do assunto.
O edil ribeira-bravense disse que alguns moradores da localidade lhe tinham sugerido tal permuta, com o argumento de que Fajã sairia a ganhar, mas preferiu que a própria população local decidisse o que acharia melhor para ela.
“Não estamos nem deste nem daquele lado”, fez saber Américo Nascimento às duas correntes de opinião que se formaram na sala da reunião, cada uma defendendo a sua posição.
“O que maioria decidir, a Câmara Municipal acata sem qualquer problema”, garantiu.
A discussão foi, efectivamente, acesa, tendo a quase totalidade dos presentes expressado o seu ponto de vista.
Levado o assunto à votação, os defensores da permuta acabariam por vencer com uma vantagem de apenas dois votos (20 contra 18).
Os vencedores, na sua maioria jovens, defenderam a sua posição com uma visão de futuro, argumentando que no espaço onde se iniciou o mercado poder-se-á construir uma unidade de saúde evolutiva, uma vez que há terreno quanto baste, contrariamente ao espaço onde se encontra implantado o actual posto sanitário.
CH
Inforpress/Fim.