Meteorologia

A DENGUE SURGIU POR CULPA DAS CÂMARAS MUNICIPAIS

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São declarações bombásticas prestadas, ontem no Fórum RTP África, pela directora de serviços epidemiológico da Praia, Maria de Lurdes Monteiro: a culpa do aparecimento da dengue em Cabo Verde é das Câmaras Municipais e não do Ministério de Basílio Mosso Ramos como tem sido criticado. Para além disso, defendeu que não é possível evitar a entrada da dengue em Cabo Verde; que o atraso na identificação da doença nada teve a ver com a falta de laboratório específico para tal no País; e, ainda, que não há capacidade para identificação da doença em todos os 13 mil e tal casos

Praia, 12 Novembro - “A principal culpada pela evolução da dengue em Cabo Verde são as Câmaras Municipais”. Esta acusação foi feita ontem pela directora de serviços de epidemiologia da Praia, Maria de Lurdes Monteiro, em declarações à RTP África. Durante a entrevista, defendeu que “para haver uma epidemia é preciso que haja condições no País”

A directora que falava enquanto convidada do “Fórum RTP África”, ao não especificar que Câmaras Municipais teriam sido as responsáveis, acabou por responsabilizar todos os presidentes de Câmaras do País. Pelo menos daqueles Concelhos onde se terão verificado casos de dengue autóctones. Na base desta responsabilização estará certamente a falta ou o deficiente saneamento das cidades e vilas do País.

Recorde-se que a imprensa e a opinião pública têm vindo a responsabilizar o ministério de Basílio Mosso Ramos por não ter tomado as medidas adequadas ao ter tido conhecimento da existência do mosquito transmissor da dengue, desde 2008.

A este respeito, Lurdes Monteiro também desmente o ministro Basílio Ramos e o Delegado de Saúde da Praia que garantiram terem tido conhecimento da existência no País do Aedes Aegypti, o mosquito da dengue, apenas no ano passado quando se estava a fazer um “levantamento cartográfico do paludismo”. A directora garante que o Aedes Aegypti existe no País há muito tempo.

Apesar de culpabilizar as Câmaras Municipais do País, a directora de serviços de epidemiologia reconhece que o seu ministério não se preparou para o combater a dengue, apesar de saberem da existência do mosquito transmissor da dengue, pois, segundo disse, o seu ministério estava preocupado “era com a febre-amarela”.

Mas a directora fez outras afirmações que podem ser consideradas polémicas. Lurdes Monteiro diz que “não é possível evitar a entrada da dengue” em Cabo Verde. E justifica-se dizendo que as pessoas viajam e são picadas nos países onde vão. E ninguém pode evitar as pessoas de viajarem.

Diz também que o tempo que se levou a identificar a dengue nada tem a ver com a falta de laboratórios específicos para essa doença no País, pois o tempo que se levou a identificar a doença no Senegal teria sido o mesmo se tivéssemos capacidades laboratoriais instaladas em Cabo Verde.

Ainda garante que em qualquer epidemia não se fazem análises laboratoriais a toda a gente. “Não há capacidade para identificação da doença em todos os 13 mil e tal casos”, garante. O que se faz, conforme explicou, é utilizar “critérios clínicos”, ou seja vai-se pelos sintomas que o médico constata nos pacientes.

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