Meteorologia

Sanicolauenses agastados com a falta ligação aérea directa com S. Vicente

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Vila da Ribeira Brava, 03 Jul. (Inforpress) – A falta de uma ligação aérea directa entre S. Nicolau e S. Vicente é uma situação que os sanicolauenses nunca “engoliram”, tendo em conta que, em muitos aspectos, S. Vicente continua a ser a “ilha mãe” de S. Nicolau.


É a posição crítica das gentes de S. Nicolau na voz do ex-magistrado e escritor José Maria Ramos que, na cerimónia do lançamento do seu livro, fez uma espécie de censura às opções dos TACV na programação dos voos.

Impassível continuou a sua análise explicando as razões da ligação entre as duas ilhas. A nível cultural, são as escolas de ensino superior existentes naquela ilha que acolhem a maioria dos alunos sanicolauenses.

No concernente ao comércio, os contactos dos operadores económicos locais com as outras ilhas são na sua maioria estabelecidos com os seus colegas de S. Vicente. A nível de saúde, é para o hospital “Baptista de Sousa” que os doentes de S. Nicolau são evacuados.

S. Nicolau está no centro de Cabo Verde e tem como ilha mais próxima S. Vicente, mas as três ligações aéreas que tem com aquela ilha são via Sal e duas delas duram mais tempo do que viajar para a Europa ou para a América.

Para se fazer essa ligação, perde-se quase um dia inteiro. O passageiro tem que estar no aeroporto de Campo de Preguiça às 10:00 horas, mas só chega em S. Vicente à noite.

A ligação é tanto mais dolorosa para aqueles que não têm parentes próximos no Sal para os acolher durante o longo período de espera naquela ilha.

Sobre essas ligações, alguns sanicolauenses perguntam se das três ligações semanais que S. Nicolau tem com S. Vicente, via Sal, se uma delas não poderia ser S. Nicolau/S. Vicente/Sal.

Na apresentação recente do livro “A outra face da lei”, em S. Nicolau, o autor afirmara que não lhe parecia ser “boa política dos TACV não contemplar S. Nicolau com, pelo menos, um voo directo por semana “S. Nicolau/S. Vicente e vice-versa”.

“Alguns dirão que não se justifica, mas se perguntarem à população certamente vão ouvir que não está satisfeita com essa situação, porque é contra os seus interesses”, acrescentara José Maria Ramos.

“Não vale a pena exibirem as estatísticas ou os números para demonstrar que a linha só dá prejuízos, porque é sempre uma má política”, na medida em que “os números não têm sentimento”, acrescenta.




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